Seja muito bem vindo ao artigo dessa semana, essa semana vamos falar sobre Implante de DBS em paciente com doença de Parkinson.
Você já anestesiou algum paciente para esse procedimento? Geralmente o implante de DBS (deep brain stimulation) é realizado nos casos refratários ao tratamento medicamentoso.
É muito importante conhecer as etapas cirúrgicas para pensarmos qual a anestesia de cada etapa. Antes de te contar isso vamos entender o que é o DBS.
Implante de DBS em paciente com doença de Parkinson – O DBS Contém Três Componentes:
· Eletrodos intracranianos
· Gerador de pulso que fica na região infraclavicular
· Cabo percutâneo que conecta os eletrodos com o gerados
Geralmente é um procedimento realizado com estereotáxia e por isso o paciente inicia o procedimento na tomografia. O neurocirurgião realiza um scalp block para anestesiar o couro cabeludo e conseguir colocar o halo de estereotaxia, fundamental para os cálculos e detecção pela tomografia do local exato de implante do eletrodo. Posteriormente o paciente vai para o centro cirúrgico, acordado e com o halo para iniciar o procedimento.
São duas as etapas cirúrgicas na sala operatória:
– Em um primeiro momento, os eletrodos são colocados na região alvo do cérebro, geralmente essa etapa é feita com o paciente sedado, porém consciente. É importante a cooperação nessa etapa, pois durante o processo o paciente precisa responder a alguns comandos corroborando a melhora dos sintomas e detectar precoce quaisquer efeitos colaterais adversos durante a neuroestimulaço. Podemos fazer uma sedação com precedex. Evitar benzodiazepínico e propofol. O importante aqui é ter um controle da consciência quando necessário o estímulo pela equipe cirúrgica.
– O segundo momento ocorre após detectado o local exato do eletrodo. É retirado o halo de estereotaxia e realizamos a indução para anestesia geral para a tunelização dos cabos percutâneos e a colocação do gerado infraclavicular.
Implante de DBS em paciente com doença de Parkinson – Existem alguns cuidados gerais para esse procedimento:
· Estabilidade hemodinâmica e conforto do paciente
· Monitorização invasiva da pressão arterial geralmente não é necessária
· Condições cirúrgicas ideais
· Controle térmico também melhora o conforto do paciente.
· Campos cirúrgicos devem permitir o acesso ao rosto, braços e pernas do paciente
· Pressão arterial deve ser controlada para minimizar o risco de hemorragia intracerebral durante a inserção do eletrodo
· Evite benzodiazepínico
É muito importante para o anestesista estar preparado para uma possível via aérea difícil pela presença do halo. A laringoscopia com a cabeça do paciente imobilizada em uma armação estereotáxica pode ser difícil ou impossível, especialmente se a necessidade surgir de forma emergencial. Assim, independentemente do plano anestésico original, deve ser formulado um plano para manejo urgente das vias aéreas.
Além disso, pacientes com doença de Parkinson de longa duração podem apresentar disfunção autonômica, reserva respiratória prejudicada, reflexo de tosse deficiente, apneia do sono e risco aumentado de aspiração. Além disso, esses pacientes costumam tomar vários medicamentos prescritos, o que pode aumentar o risco de interações medicamentosas perioperatórias
Complicações que podem ocorrer no implante de DBS:
· Respiratórias e das vias aéreas
· Embolia gasosa venosa (VAE) pode ocorrer a qualquer momento durante o procedimento de trepanação
· Convulsões podem ocorrer durante a inserção do eletrodo DBS
· Hemorragia intracraniana
· Delirium pós-operatório
Me conta aqui nos comentários se você já anestesiou algum implante de DBS. Bons estudos, pessoal!
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