A física por trás dos gases

COMPARTILHE ESTE ARTIGO

Escrito por:

Picture of Propofando

Propofando

Vamos revisar hoje sobre a física por trás dos gases?

Inclusive esse tema sobre gases anestésicos já caiu em prova da SBA

Prepare-se porque preparamos um estudo maravilhoso pra vocês.

Estão prontos?

Gases anestésicos

Os gases anestésicos estão amplamente difundidos na prática médica. Da sedação à anestesia geral, proporcionam inconsciência e imobilidade porém, em sua maioria, sem efeitos analgésicos. Vamos falar hoje sobre os principais gases utilizados, as características que os diferem e peculiaridades de cada um.

Mas antes de seguirmos, deixo aqui alguns conceitos físicos importantes para o entendimento:

  • Pressão Parcial: porção da pressão total de um componente da mistura de gases. Cada gás contribui com uma proporção diretamente proporcional a sua fração molar. Utilizado para determinar o efeito farmacológico dos gases.
  • Pressão de vapor: e a máxima pressão parcial exercida por um componente volátil. Cada gás tem sua pressão de vapor específica e ela se eleva com o aumento da temperatura.
  • Coeficiente de partição: representa uma medida da hidrofobicidade (ou lipofilicidade). E a razão de duas concentrações de um soluto em solventes adjacentes, onde apenas o soluto pode se mover entre os compartimentos.
  • CAM: e a concentração alveolar, expressa em porcentagem da pressão atmosférica, que inibe a reação ao estimulo doloroso em 50% da população.

Halogenados

Halotano: classificado como um alcano, possui uma átomo de Bromo em sua molécula. Tem odor agradável e não pungente e foi muito utilizado para induções inalatórias. Além de que possui uma potência elevada e é altamente  lipossolúvel, apresentando um rápido início de ação, porém um despertar prolongado devido ao seu acúmulo nos tecidos. Pela sua alta potência, tem um efeito cardiodepressor considerável, além de sensibilizar os cardiomiócitos as catecolaminas circulantes, predispondo a arritmias. Além disso, possui metabolismo hepático e observou-se um grande número de casos de hepatotoxicidade relacionado ao Halotano. Com os Halogenados mais atuais, tem sido utilizado cada vez menos.

Pressão de Vapor a 20 C : 243mmHg

CAM: 0,75

Coeficiente Sangue:Gás 2,5

Isoflurano e Enflurano: são isômeros , classificados como metil-etil-éter. Possuem em sua estrutura química um átomo de Cloro. Eles têm um odor mais pungente do que o Halotano e geram irritação nas vias aéreas, inviabilizando sua indução inalatória. Eles possuem a vantagem de serem menos lipofílicos e com isso, um rápido despertar e menos efeitos cardiodepressores por sua potência intermediária.

Enflurano

Pressão de Vapor: 175 mmHg

CAM: 1,58

Coeficiente Sangue: Gás 1,8

Isoflurano

Pressão de Vapor: 238 mmHg

CAM: 1,1

Coeficiente Sangue: Gás 1,4

Sevoflurano: introduzido na década de 1990, classificado como metil-isopropil-éter, formado exclusivamente por carbono e flúor. Também é um halogenado menos potente do que o halotano e possui um coeficiente de solubilidade menor do que o isoflurano. Isso faz com que o início e término de ação sejam mais rápidos. Por possuir odor não pungente e agradável , é utilizado com frequência na indução inalatória, principalmente em crianças.

Pressão de Vapor: 157 mmHg

CAM: 2

Coeficiente Sangue: Gás: 0,65

Desflurano: também é um metil-dietil-éter, difere do Isoflurano por uma substituição do cloro por flúor, o que traz como consequência, uma menor lipofilicidade. Seu coeficiente sangue: gás é o menor dentre os gases anestésicos, 0,45. Também possui a vantagem de indução e emergência rápidas, porém seu odor pungente causa irritação em vias aéreas e estimulação autonômica, com risco de laringoespasmo. Possui pressão de vapor de 664 mmHg e ponto de ebulição em 22,8 °C. Por essas características, possui um vaporizador específico que controla a pressão de vapor e entrega do gás.

Pressão de Vapor: 664 mmHg

CAM: 6,6

Coeficiente Sangue: Gás 0,45

Gás inorgânico

Óxido Nitroso: é o gás anestésico mais antigo. Não tem cheiro nem odor. Possui um ponto de ebulição abaixo de zero. Portanto, para ser armazenado, é preciso condensá-lo sob pressão em temperatura ambiente. A vaporização na temperatura ambiente absorve calor, esfriando o cilindro e seu conteúdo líquido. Possui uma baixa potência e efeito analgésico por ação principalmente antagonista do receptor NMDA (N-metil-D-Aspartato). Possui um coeficiente sangue: gás maior do que o desflurano, mas pela sua alta CAM, uma grande quantidade do gás é oferecida juntamente com outra mistura de gás, fazendo com que sua latência seja ainda menor que a do desflurano. Também é pouco lipossolúvel, coeficiente sangue: gás 0,47.

Ponto de ebulição: -88,5 C

CAM: 104

Coeficiente Sangue: Gás 0,47

Considerações Finais

Os avanços na compreensão farmacológica e características físico-químicas desses agentes moldam a prática anestésica contemporânea. Assim como anestésicos venosos, a escolha criteriosa dos gases deve ser feita de maneira individualizada, observando o contexto clínico e o objetivo de cada agente.

Curtiu esse conteúdo?

Então conta pra gente aqui nos comentários

E aproveita e deixa sugestões de temas para os próximos posts aqui do Blog

Você gosta de conteúdos em vídeo?

Temos vídeos toda semana no nosso Canal do Youtube que vão te ajudar demais nos seus estudos.

Clique aqui para ter acesso: https://www.youtube.com/@propofando

Já acompanha o nosso perfil no Instagram?

Estamos lá todos os dias compartilhando muito conteúdo sobre anestesia.

Siga a gente por lá: https://www.instagram.com/propofando/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

NEWSLETTER

Saiba tudo sobre nossos conteúdos em primeira mão